domingo, 10 de agosto de 2008

Godlessness

I can see you, can you see me?

segunda-feira, 26 de maio de 2008

We Are The Stars Of The Fireworks

I can see you, can you see me?

Imperial

I can see you, can you see me?

sexta-feira, 23 de maio de 2008

L'Allievo

I can see you, can you see me?

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Berengaria

I can see you, can you see me?

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Veuve

I can see you, can you see me?

Thalatta

Villa de um Lord inglês em Cannes, fim-de-semana de coisas do inferno. Não me lembro de muito, apenas de cenas filmadas a preto-e-branco por Bruce Weber, cães a correrem por todo o lado, crianças belas e pouco vestidas, um Bentley Continental dos anos 50 e um quarteto de cordas a tocar na varanda em frente ao mar cristalino. Ah, o mar! Mergulho e quase me afogo enquanto na praia um bailarino caribenho de Pina Bausch faz poses de Vogue ao lado de Lady Violet McAvoy, de fato de banho vintage branco e copo de champagne na mão. Ela parece flutuar no sol de Agosto e ele parece uma criatura descarnada vinda de algures no cosmos. Deitados na plataforma de madeira presa ao largo da praia, a fumar, eu e os meus companheiros de ocasião parecemos um anúncio da Abercrombie & Fitch. Muita bebida, muita droga, duas modelos eslovenas que parecem ter doze anos, cobertas por absolutamente nada. Uma delas canta algo como um lalalalalalalalalala infindável, numa voz que mal se ouve. São anjos, evidentemente, diz Paolo. Francesca ri com gosto e olha para lado nenhum. São tão bonitas. Suspiro. Na praia, um mordomo vestido de negro serve sanduíches de salmão e pepino e mais champagne. A plataforma ondula suavemente ao sabor das poucas ondas que o Mediterrâneo consegue produzir. Mas são tão bonitas, diz Francesca, corpo voluptuoso banhado pelo sol. Pergunto-lhe se quer casar comigo. Naturalmente, responde ela, sem um pingo de ironia. Volto a mergulhar no mar que é tão bonito e nado até à praia. Os calções de banho Ferré que uso são maravilhosos e eu detesto-os. Ao subir a escada até à Villa no topo da colina, olho a água, dispo os calções e atiro-os ao abismo. Faço a minha entrada triunfal no Salão Napoleão, quero uma reacção de alguém ou de alguma coisa, mas o quarteto de cordas tem os olhos vendados. Visto-me de branco, o mordomo de pedra abre-me a porta e salto para dentro do Bentley Continental. Mais tarde, ao conduzir o mastodonte descapotável pela estrada à beira-mar, fumando um Dunhill, os óculos Prada a separarem-me do mundo, só me consigo lembrar daquela canção dos Pet Shop Boys, This Must Be The Place I Waited Years To Leave. Ah, o mar!

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Revelée

Numa noite qualquer em Nova Iorque, a ouvir o Carl Craig, num Clube cujo nome não me lembro. Gosto muito do Carl Craig. De joelhos à minha frente, no escuro, uma boca qualquer faz o que tem a fazer. Tenho um copo de vodka na mão e os olhos semi-cerrados, a cabeça ao som do ritmo. Sinto que a minha vida é apenas um mau filme de um italiano dos anos 60, cheio de brilho e luxo e surpresas, mas sem significar absolutamente nada. Não sou capaz de amar nada nem ninguém por mais de trinta segundos. Estou rodeado de pessoas belas, jovens e disponíveis, na mesma situação que eu e isso não me alegra. Gosto do Carl Craig. Por enquanto. Quando sair daqui, vou copiar a cena da Sharon Stone e do futebolista inglês na abertura do Basic Instinct 2. Tenho o Spyker lá em baixo e a boca que está de joelhos à minha frente nem vai saber o que lhe acontece. A miúda até é gira, tem todas as qualidades que eu aprecio. Mas não quero saber dela para nada. Quero que ela se foda. Gosto do Spyker. Por enquanto. Há barulho, luzes, reflexos, espelhos, corpos, calor, movimentos sincopados, como se um conjunto de espectros bem vestidos tentasse divertir-se a todo o custo. Quero gritar e não me sai qualquer som da garganta. O costume. Acelero o Spyker pelas ruas de Nova Iorque, como numa cena realizada por Michael Mann. Não, nada disso, preciso de algo mais superficial. Esta cena está a ser realizada por Tony Scott. Sim, filtros, câmara ao ombro, brilhos e reflexos... Música de Carl Craig. Anti-climax. A miúda gira grita que se farta e estraga o ambiente. Páro o carro, numa nuvem de borracha e atiro-a dali para fora. O vestido John Galliano dela rasga-se e fica preso à porta, flutuando ao lado do carro enquanto acelero para fora dali. Apetece-me matar alguém. Limito-me a conduzir sem destino até se acabar a gasolina. Tenho 30 anos, sou rico, giro e a minha vida é um simulacro da vida de um ser humano real. Gosto da Sharon Stone, mas agora não me posso preocupar com isso. Over and out.

Mustangge

I can see you, can you see me?

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Movano

Entre o troar dos motores dos Ferraris vermelhos, ouço o Malcolm McLaren a dizer baboseiras sobre Paris. Há fumo e borracha no ar e estou até algo excitado. Ora aí está uma surpresa. Estou vestido de negro, cheio de sentimentos negros, mas a cheirar divinamente. Por trás dos óculos escuros Gucci, ao lado do príncipe Karl Von Orbach, sinto-me capaz de tudo. É o som infernal dos motores, o vento que sopra entre as árvores, a música que parece nascer do próprio ar, é o que se passa no meio das minhas pernas. Chama-se a isso vida. O forte sotaque alemão ao meu lado sorri apenas levemente. Mais champagne. Mais Ferraris. Não gosto de Ferraris, fazem-me pensar em jogadores de futebol e sheikhs árabes. O 612 Scaglietti vermelho sorri para mim e não lhe consigo resistir. O maior sonho da minha vida é destruir um Ferrari novinho em folha. Porque não agora? O príncipe ri, as meninas gritam e batem palmas enluvadas. Estou na República de Saló. Quando entro no carro, ainda sinto a dor mitigada do outro acidente, mas isso só me faz sorrir. Juliette Greco e Miles Davis na cama em Paris? Miles and Miles and Miles of Miles Davis... Ah, Malcolm McLaren. Ao toque da minha mão, desperta o V12 da máquina italiana, 540 cavalos selvagens às minhas ordens, para a minha destruição, ou será para a minha satisfação? Estou vestido de negro. Toda a gente está vestida de negro. O Ferrari dispara, deixando um rasto de cascalho a pairar no ar cinzento da manhã. O demónio chegou ao Lago Como e conduz comigo pelas estradas estreitas. Acelero. Acelero mais e mais ainda. O rugido é infernal e sei que posso voar. Não gosto de Ferraris. Travo. À minha volta tudo se transforma num borrão indistinto. Estou vestido de negro. O príncipe Von Orbach ri, ecoando pelo parque o seu frémito teutónico ancestral. O miúdo tem pinta. As rodas de trás do Ferrari saem da estrada e levam o resto do carro consigo, num alegre bailado de chapa e carne. A minha. Sei que posso voar. Estou a voar. Ouço, lá bem longe, vidros a desfazerem-se, metal a dobrar e o Malcolm McLaren a cantar banalidades sobre Paris. Mais tarde, enquanto como uma tosta de caviar com ostras, sinto um pequena dor algures dentro do meu peito. Já não estou vestido de negro. À minha frente, a Catherine Deneuve fala com o seu namorado brasileiro de 24 anos. Paris, Paris...?

sábado, 29 de março de 2008

Peruggya

I can see you, can you see me?

terça-feira, 18 de março de 2008

Gone Again

I can see you, can you see me?

The Show

I can see you, can you see me?

domingo, 16 de março de 2008

Your Arsenal

There is always room at the top. Daqui olho para o mundo e sei que a criação é algo de maravilhoso. A minha criação. Muyto longe da perfeição. Muyto perto da carne. Entre fogo, suor e pele. Entre mim e os deuses que me apadrinham. That's why I love you. And I love technique.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Confusion and else

Estou a sonhar, you can do anything you want, dizes-me no meu sonho. Quero fugir, you can be with anyone, a tua voz sussurra ao meu ouvido. Grito mas só ouço you can go anywhere you want. Olho para ti, you can say anything you need. Pego na pistola prateada, you can be anywhere you feel. Digo-te just pick up the phone.(confusion confusion confusion confusion). Dizes-me dont go dark on me again. Não páras de falar. O teu sorriso, the silence in the silence. Fecho os olhos, I see you my confidence. Gritas loophole how are you. O desespero é meu, oh no once again the superstar. Os olhos azuis faíscam, he loves you but can you name me his children. Já sei, oh god you lost again. Tu, the colour of your boyfriend e tudo o resto. Dizes-me,voltas a dizer-me, get out of bed. Vai, answer the phone. Sonho que estou in the belly of st pauls again. No meu sonho, goodyear rubber man. Vejo-me a um espelho, i'm smiling with the sun. two years is a small price, rosnas querendo significar isso mesmo. Grito-te: loophole. How are you, estás bem? Queres ser feliz? Once again the superstar, como é meu hábito. O teu punho diz, look at the size of it. Cala-te, cala-te, pára de dizer you can do anything you want. Não quero saber que you can be with anyone. Primo o gatilho: just pick up the phone.

Just a Lie

Na solidão abismal dos dias e das noites em que estou sem ti, milhões de loucos momentos explodem na minha imaginação, em cornucópias de luz e som, raios de brilhos sem fim e batimentos de coração descompassados. As luzes tremelicam e desaparecem apenas para reaparecer pouco tempo depois, ainda com mais intensidade e mais exigências para a minha cada vez mais pobre cabeça. Mas assim sei que sou feliz. Sei que tenho espessura e vida. Sei que o Amor é a minha lux aeterna. Que o diabo venha e me carregue até aos teus braços. Fim.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Walk To The Water

Por agora a coisa está bem. Não muyto, mas o suficiente para não ser doloroso. A vida escreve-se em letras maiúsculas, como costumas dizer. As tuas pernas estão enroladas à volta do meu corpo, enquanto o vento sopra em nosso redor. Tudo levado pelo vento. Enquanto me dirijo para a água, sinto-te a olhar para mim através da janela. Não está frio, ouço-te dizer. O teu casaco ficou esquecido algures. Mas nada disso importa. You wear canvas shoes, white canvas shoes. Around your neck you wear a silver necklace. It was given to me by my father, you say. It was given to me. And then you cry. You take the back way home. You pass the lights and the summer hill, turn left onto the north strand and on, towards the sea. Olho para ti e sorrio. Nada poderá estar entre nós. Nada. Felizmente isso não é uma possibilidade. O meu peito está cheio de felicidade, custo a respirar. I saw you that day, your lips were cherry red, your legs were crossed, your arms wide open. Your hair was coloured gold like a field of corn. You were blown by the wind, we were blown by the wind. Nesse dia tudo fez sentido.

domingo, 27 de janeiro de 2008

F

Gucci. Prada. Fendi. Louis Vuitton. Hermes. Chlöe. Valentino. Galliano. Soul on soul. A tua pele é apenas aquilo que eu já não consigo sentir. I close my eyes and count to ten. Bentley Brooklands número 75. O sol que nasce por trás daquele monte é o meu segredo. A flor do meu segredo. Através do meu sorriso o mundo cai. Nero a tocar lira enquanto Roma ardia? Ainda não viram nada!